Meu refúgio

Sentimentos e Poesias

Textos


Ponto a ponto,
Vou tecendo meu caminho
Cada retalho tem uma história
Cada história concluída
É a passagem da vida.

A vida no agreste
Uma seca da peste
Sem recursos
 Pra plantar e colher

A fome assolada
Naquela seca danada
Só resta reverter

Em busca de novos horizontes
Rumo ao Sudeste, tão distante
Lá vai o retirante
A procura do que comer

Chega na cidade grande
Com a família inteira
Pede ao charreteiro uma beira
Na sua charrete colorida

Recebe um não bem grosseiro
Permanece estarrecido
Desolado
Com a familia a seu lado
Sem saber o que fazer

Ponto a ponto
Qual retalho vai tecer
Na cidade grande
Sem ninguem para acolher

Mal digo, porque saíste
Daquele lugar tão triste
Com sonhos benevolentes

De cuidar da tua gente
E agora, o que fazer?
Retalhos e mais retalhos
Ponto a ponto
Vai tecer.

 
Tonia Aleixo
Enviado por Tonia Aleixo em 01/05/2014
Alterado em 10/10/2015


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