Acorrentada pelas circunstãncias, inserida numa senzala fria e malvada
onde ninguem se importa com ninguem, muito menos pelo sofrimento vivido. A distância tão longíqua deixa marcas na mente e no corpo, muitas invisíveis, outras visíveis. Neste contexto, só observamos o semblante e o sorriso das senhoras da casa grande sem nenhum sentimento de amor, apenas o descaso pela dor, a dor das escravas brancas ou negras, não importa. São escravas! Discretamente, a senhora, cônjuge do senhor Capitalista, tão perversa, tal qual, finge com seu sorriso sarcástico, não ver as correntes tão fortes e as amarras do capitalismo que aprisiona com seu gigante cadeado cada servo amargurado. A senzala, já não é predominantemente da cor negra, a micelância entre os brancos e negros se confundem com o sistema, formando uma fumaça sem cor, saindo das chaminés e das mentes perversas e presentes. Quando teremos nossa carta de auforria? Onde não houvesse o apartaide, e que os açoites desapareçam por encanto. Sonho, ou utopia? Atualmente o que vemos são sorriso selados com cinismo intrísico ao ator. A prepotencia acirrada, nos escalões do poder econômico e político, a senzala prevalece viva e forte. Na cidade, homens e as mulheres, ou, servos (as), viajam quilometro e quilometros da sua moradia , viajam horas a fio ,até chegarem no destino não escolhido, mas imposto. Até quando as correntes e cadeados continuarem, enquanto a maioria em busca da sua auforria, dia e noite, noite e dia, já perderam a alegria de se sentirem livre um dia. O que queremos é tão simples, ter o prazer de olhar para o céu e cortejar o brilho do sol, das estrelas e da lua, como se fossem nossa família. É sonho, ou utopia? Tonia Aleixo
Enviado por Tonia Aleixo em 27/08/2013
Alterado em 12/10/2015 |