Destino
Estação de metrô lotada entrada forçada , aos empurros e aperto procuro acomodar-me num espaço ínfemo que na possibilidade só cabia eu. Mas, empurros va,i empurros vem ,e no embalo do trem, num espaço de um, dezenas se encaixavam. Todos quietos, cabisbaixo, naquele sufoco louco, sem chane de olhar no olho do outro. E nós ali!
Uns conseguem descer, outros não. E nós alí! Ao chegar na estação, aos empurros e desconforto, consegui descer. Que alegria, apenas por alguns minutos, porque ao destino, ainda não cheguei. Ao descer a escada rolante, do alto observando àquela multidão. Uns parados outros andando, uns em câmara lenta outros eletrisados, cheguei, a plataforma lotada, observando aquele panorama de gente parada, gente andando, com semblante de cansado, logo cedo andando no corredor como se estivessem indo para o matadouro. Nenhum sorriso, nem olho no olho. Todos com seus destinos definidos. Logo vem em minha mente ao visitar minha mãe no interior , que por coincidencia ou não, ela morava em frente a um matadouro, o que a deixava triste, pois, frequentemente presenciava a caminhada dos bois, naquele corredor apertado,com sombrio triste, até parecia que sentiam qual seria seu destino a caminho da morte. Nossa! Que comparação é esta! Afinal somos seres humanos, dotados de razão e emoção. Mas neste momento é o que veio em minha mente, afinal eu tambem fazia parte do todo, mas senti-me assim indo para o matadouro como os bois, e a única diferença é que sabíamos nosso destino final. Será? Com tanta violência sem controle! Mas sabíamos e os bois não. Ou sabiam?
Tonia Aleixo
Enviado por Tonia Aleixo em 09/10/2009
Alterado em 12/10/2015 |